quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dificuldades de Aprendizado

 
    
        O processo de aprendizagem é caracterizado por aquisição e integração de novas informações, ocorrendo em todas as etapas do desenvolvimento humano. E, a qualquer disfunção nesse processo dá-se o nome de Dificuldade de Aprendizado. No entanto, é importante ressaltar que, quando há uma disfunção neurológica que possa levar à empecilhos na aprendizagem, o termo mais correto a se usar é o Distúrbio de Aprendizagem. Sendo assim, as dificuldades de aprendizado caracterizam-se fundamentalmente pela presença de dificuldades no aprender maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria das crianças em idade similar, gerando um aproveitamento escolar insuficiente. As funções mais afetadas geralmente incluem a linguagem, habilidades viso-espaciais e/ou condições motoras, problemas com a memória e de concentração, bem como dificuldades na habilidade e adaptação social.
        As dificuldades de aprendizado costumam aparecer ainda na idade escolar, e em alguns casos, podem persistir até a idade adulta, sendo que, quando surgem na infância, podem ocasionar impactos relevantes na vida da criança, de sua família e de seu entorno. Uma vez que, pode acarretar prejuízos em todas as áreas do desenvolvimento escolar e pessoal desta criança, bem como em sua aceitação e participação social, o que, inevitavelmente, pode interferir negativamente em sua autoestima.
           O que tem sido observado é que as dificuldades de aprendizado não têm uma causa única, mas é possível perceber uma ligação entre fatores contextuais da criança, sendo eles familiares, sociais ou até mesmo educacionais. Isto é, as dificuldade de aprendizagem podem advir tanto de fatores emocionais e familiares quanto do ambiente escolar da criança. Dessa forma, é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar no desenvolvimento do processo educativo. 
          De um modo geral, as dificuldades de aprendizagem ocorrem quando a criança está imersa a situações negativas, sejam elas em seu ambiente escolar, onde a maior dificuldade de interação social talvez seja o bullying. Bem como diante de uma desorganização na rotina e na estrutura familiar, incluindo assim a ausência prolongada dos pais, dependência química na família, separação dos pais, enfermidade e falecimento de pessoa próxima ou do sistema familiar, violência doméstica, bem como reações de competitividade e rivalidade entre irmãos. Além disso, maus hábitos na rotina da criança como assistir televisão demasiadamente, falta de descanso e de um ambiente apropriado para os estudos e de uma alimentação mínima necessária para o crescimento e desenvolvimento infantil adequado, também contribuem para as dificuldades de aprendizado.  
        Sendo assim, em alguns casos, o meio pode ser o fator principal do problema de aprendizado de uma criança. De tal modo que, modificando as contingências, é possível que a criança venha a adquirir a habilidade que ainda não possui. É importante que os pais possam ajudar a desenvolver as competências sociais e de aprendizado dos filhos, o fazendo através da atenção, do diálogo e de orientações, estabelecendo regras e sabendo manejar as causas e consequências dos comportamentos dos filhos de forma adequada para o seu crescimento pessoal.

    
    Ψ Dificuldades de Aprendizado em Psicoterapia: É muito comum os pais recorrerem a psicoterapia quando o filho apresenta alguma dificuldade de aprendizado e, muitas vezes, o encaminhamento vem da própria escola, a qual normalmente, é a primeira a identificar o problema. Nesses casos, pode ser feito um trabalho em conjunto com a equipe pedagógica da escola sem rotular a criança, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir e desenvolver suas potencialidades, buscando assim, junto ao professor um auxílio para essa criança em seu processo de aprendizagem, de forma a tornar as aulas mais motivadoras e dinâmicas. Além disso, o trabalho com a família é importante para que os próprios pais possam compreender os déficits e as potencialidades do filho, para que assim sejam capazes de participar ativamente no processo de mudanças e adequações no contexto da criança, suprindo assim suas necessidades e ajudando o filho na sua interação social e maior participação escolar. Quanto a criança, espera-se que ela tenha seus comprometimentos diminuídos, aumente a utilização de recursos auxiliares disponíveis, melhore a sua autoestima, bem como sua competência social.