terça-feira, 27 de novembro de 2012

Solidão


  
       É comum as pessoas sentirem medo da solidão, mas esta é uma situação inevitável na vida de qualquer um, e vai acontecer também durante o casamento. Quando isso acontecer, se a relação não estiver bem, poderá acabar se tornando um local de depósito de queixas e da prova da solidão. No entanto, mesmo em uma relação de qualidade, em alguns momentos, os parceiros irão se sentir solitários, isso porque em certos momentos é impossível se compartilhar tudo.
      A relação conjugal é o espaço em que as pessoas depositam a maior parte, se não todas, as suas expectativas de felicidade, de se sentirem pertencendo, amados, acolhidos e compreendidos. É justamente em função de todas essas expectativas que se torna também o espaço em que as pessoas se sentem mais solitárias, pois muitas vezes, a incompreensão e o desinteresse vindos do parceiro amoroso doem mais do que vindos de qualquer outra pessoa.
     O que se pode perceber é que, por todas as dificuldades que podem acontecer numa relação, por todas as mágoas e distanciamentos entre os parceiros, estes tendem a ir se fechando cada vez mais, se sentindo solitários e assim deixando o outro também sozinho e solitário. Para que isso não aconteça é preciso que os parceiros aprendam a lidar com a solidão, muitas vezes inevitáveis. Conversar sobre seus sentimentos e interesses, em alguns casos, pode ser uma boa forma de driblar a solidão. Além disso, aprender a não depositar no parceiro e na relação conjugal todas as suas expectativas de felicidade e complementaridade, aprendendo a encontrar em si outras formas de ser feliz e de se sentir completo pode diminuir a sensação de estar sozinho.  
  Muitas vezes as mulheres sentem-se solitárias quando não conseguem ser compreendidas pelos parceiros em suas ações e sentimentos. Nestes casos, quando o casal possui filhos, é comum as mulheres compensarem sua solidão na relação com os filhos, erguendo uma muralha em torno dessa relação, deixando o parceiro de fora, fazendo assim com que se sintam isolados dentro de sua própria casa. Isto é, solitários na relação com a esposa e com os filhos, sendo esta, provavelmente a maior fonte de solidão dos homens, que deixam de fazer parte do cotidiano da casa, dos filhos, inclusive de decisões importantes e também dos sentimentos de sua esposa e seus compromissos. Este é um mecanismo comum, mas não é eficaz contra a solidão, pois acaba distanciando ainda mais o parceiro e assim reafirmando o sentimento de solidão de ambos os cônjuges. Além de ser prejudicial também aos filhos, que perdem com o distanciamento da figura paterna e muitas vezes acabam sendo chamados a ocupar um lugar que não é seu, tendo que preencher o vazio existente na relação conjugal.

    Ψ Solidão e Psicoterapia: É comum as pessoas procurarem a psicoterapia quando sentem-se solitárias e sem ter com quem dividir seus sentimentos, suas angustias e interesses de vida. Neste momento a psicoterapia pode auxiliar para que a pessoa busque os aprendizados necessários para passar pelos momentos de solidão inerentes à existência humana. É verdade que as coisas mais importantes da vida são realizadas sozinhas, por isso, é preciso que a pessoa tenha coragem para passar por esses momentos sozinha. O sentimento de solidão pode vir a aparecer em vários momentos e por vários motivos, podendo variar de pessoa para pessoa, podendo inclusive aparecer sem motivos aparentes, neste contexto, é recomendada a psicoterapia individual. A psicoterapia de casal é válida, quando os parceiros estão sentindo-se solitários dentro do casamento, com dificuldades em compartilhar fatos importantes e de expressar seus sentimentos, nestes casos, a psicoterapia deve auxiliar o casal a se reaproximar, a falar de suas dificuldades e dos seus sentimentos de solidão, mesmo vivendo a dois.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Para refletir...



A Idade de Ser Feliz
Autor: Mário Quintana

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonantemente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo novo, de novo e de novo,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Casais X Comunicação



          O que tem sido observado é que a alma de um relacionamento conjugal é a comunicação entre o casal, isto é, a capacidade de ambos os cônjuges em dizer o que precisa e ser compreendido pelo parceiro em sua necessidade. Por outro lado, quando um, ou ambos os membros do casal apresentam dificuldades em se fazer compreender, a conversa entre eles acaba diminuindo, de tal modo que, no lugar de uma conversa sensata, passam a desenvolver defesas e vão cada vez mais se especializando em queixas e explicações, consequentemente, a comunicação vai piorando ou deixando de existir, o que, inevitavelmente acaba por afastar os parceiros.
         Logo, o que se pode concluir é que saber expressar seus sentimentos e pensamentos de forma clara e objetiva é a regra básica para uma boa comunicação. Quando isso não acontece, a comunicação pode tornar-se disfuncional e o casal vai perdendo sua capacidade de interação. Dessa forma, se o casal não aprende a se comunicar, trocando informações e mostrando seu próprio mundo para o outro, correm o risco de tornarem-se dois desconhecidos, isto é, dois indivíduos que apenas vivem no mesmo espaço, dividindo suas obrigações e seus compromissos, mas são completamente estranhos um ao outro. Neste sentido, o que tem sido observado é que o casal passa a desenvolver seus interesses individualmente, sem incluir o parceiro, justamente pela dificuldade em expressar seus interesses e torná-los atraentes também para o parceiro. 
         Além disso, é preciso que o casal aprenda a conversar sobre sua comunicação, pois, quando isso não acontece, os sentimentos vão ficando embutidos e podem gerar inúmeras formas de comunicações não verbais, de tal modo que o casal vai se distanciando e perdendo a capacidade de clarear o que está sentindo, pensando e querendo dizer. Cabe ressaltar então que inúmeras são as formas de comunicação, seja ela verbal ou não verbal, para uma comunicação ser eficaz, é necessário que aja coerência entre aquilo que está sendo dito e com a maneira de se portar e se colocar do comunicador, pois só assim será possível ser compreendido pelo outro.
        O que se pode perceber é que as raízes da dificuldade ou facilidade em se comunicar estão relacionadas com o padrão comunicacional que o sujeito viveu e aprendeu em sua família de origem, bem como sua capacidade em perceber e lidar com tais dificuldades. Dessa forma, na união de um casal, ambos levarão para a relação seu padrão de comunicação vivido em sua família. Cabe ao casal então estruturar um padrão funcional de comunicação a partir de seus modelos individuais de comunicação, isto é, criar um modelo que seja único e eficaz para o casal pois, só assim serão capazes de estabelecer uma comunicação efetiva e que seja de fato funcional.

     Ψ Casais X Comunicação em Psicoterapia: Muitos casais recorrem à psicoterapia devido a sua dificuldade em se comunicar com o parceiro. Neste aspecto, a psicoterapia pode ajudar o casal a compreender o padrão de comunicação que vem sendo utilizado até então, para que ambos os cônjuges possam ir flexibilizando-o e estabelecendo novas formas de se comunicarem. Cabe ressaltar que inúmeros são os problemas decorrentes da dificuldade comunicacional entre os casais, dessa forma, trabalhar a comunicação pode ser a chave para ajudar o casal a superar também outras dificuldades.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Para refletir...


Há Momentos
Autora: Clarice Lispector

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Novos Arranjos Familiares


     
       A sociedade contemporânea tem proporcionado mudanças no sistema familiar. Se voltarmos ao tempo de nossos avós podemos perceber que o modelo de família predominante era o de um casal, formado por um homem, provedor financeiro, e uma mulher, administradora do lar e responsável pelo cuidado e educação dos filhos. A família de hoje aparece em meio a uma nova realidade, cada vez mais os parceiros têm alternado os papéis conjugais e dividido suas responsabilidades, de tal modo que a família hierárquica foi perdendo espaço para uma família cada vez mais igualitária, não havendo distinções tão discrepantes entre os gêneros.
         Além disso, a insistência em uma relação que não satisfaça os cônjuges parece fazer cada vez menos sentido. Neste contexto, os casamentos realizados com o ideal de que "até que a morte os separe" também foram perdendo gradativamente sua estima. Assim, a família que, do ponto de vista social, era tida como um sistema indissolúvel tem agora que aprender a lidar com a fragilidade de seus laços, pois estes podem acontecer ou se desfazer de acordo com a satisfação ou insatisfação entre os cônjuges.
      O que se pode observar é que diferentes arranjos familiares vêm sendo formados, se, há alguns anos era difícil encontrar crianças com pais divorciados, atualmente, esta é uma constante, casais divorciados, mulheres chefiando a família e famílias monoparentais não causam estranheza em ninguém. Além disso, expressões como: enteado, meio irmão, padrasto e madrasta já fazem parte do repertório de membros da família contemporânea.
      Neste sentido, o que se pode dizer é que a instituição familiar vem a cada dia se readaptando às novas demandas socioculturais, que parecem não se prender aos valores e normas de antigamente.
      Apesar disso, nem sempre as famílias estão preparadas para viver essas mudanças, pois os novos arranjos implicam na falência do sistema vigente. Entender que a relação conjugal acabou, bem como a saída ou a entrada de outros membros na família nem sempre é um processo simples. Além disso, há sistemas familiares que mesmo nos dias de hoje parecem não ser aceitos por uma parcela da sociedade, como os casais homossexuais e, em alguns casos até as famílias chefiadas por mulheres ainda podem ser alvo de "pré conceitos". Tudo isso, acaba por dificultar a adaptação da família ao seu novo sistema familiar, bem como a sua acomodação à sociedade, que ao mesmo em que proporciona e estimula os membros familiares a realizar as mudanças necessárias à sua satisfação, mesmo que implique em mudanças no sistema familiar, nem sempre se mostra aberta a essas mudanças.

      Ψ  Novos arranjos familiares em psicoterapia: A família tem se mostrado como sendo um sistema dinâmico e flexível que deve ser capaz de se adequar a cada nova mudança, no entanto, nem sempre estão preparadas para isso. Nos novos arranjos familiares o terapeuta deve auxiliar a família a reconhecer seu repertório de mecanismos adaptativos, para que assim possam ir se acomodando à sua nova realidade e ao novo sistema que se forma. Tem por objetivo o reconhecimento não só das dificuldades de adaptação da família, como também suas possibilidades de superação, para que possam realizar os ajustamentos necessários. Para tanto, é preciso que a família possa reconhecer as perdas e ganhos decorrentes desse processo de mudança.

domingo, 4 de novembro de 2012

Para refletir...



Você emite luz ou dá choque?
Autora: Maria Salette

     Somos como a eletricidade. Temos dentro de nós uma energia, produzida por nossas emoções. Assim como a energia da água represada e canalizada produz a eletricidade que gera a luz, nós também podemos canalizar as nossas emoções, tanto negativas quanto positivas, para um ideal e assim gerar luz no mundo.
     Entretanto, assim como a eletricidade mal usada provoca choque, se não soubermos canalizar nossas emoções, deixando-as desordenadas dentro de nós, ficaremos tensos, irritados, e também começaremos a dar choque.
      Para que a eletricidade chegue ao seu destino gerando luz, ela precisa ser direcionada através de um fio condutor. Se não houver esse fio, ela não chegará a lugar algum.
    Assim também acontece conosco. Para que nossa energia interior seja aproveitada positivamente, precisamos canalizá-la, direcionando nossos pensamentos para a meta que desejamos alcançar.

     Nota: Se você não canalizar suas emoções para as metas que traçou, suas energias serão desperdiçadas e você poderá dar choque!