sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cirurgia Bariátrica


        A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução de estômago, é um procedimento que visa promover a perda de peso de forma rápida e eficaz e, por este motivo, tem sido considerada um dos métodos mais eficientes no tratamento da obesidade mórbida. No entanto, consiste em um processo complexo e que exige muitos cuidados por parte do paciente, que precisa estar ciente não só dos benefícios esperados, como também do processo de mudanças que terá que enfrentar. 
         Pela rapidez na perda de peso, o que se pode observar é que muitos pacientes recorrem à intervenção cirúrgica antes mesmo de tentar outras alternativas para emagrecer, o que pode denotar sua dificuldade em realizar esforços. por outro lado, existem aqueles que já tentaram de tudo para emagrecer, mas não obtiveram êxito. Contudo, o que é comum em quase todos os casos é que, os pacientes tendem a imaginar, erroneamente, que toda a sua vida irá mudar após a cirurgia, de tal modo que, junto do peso, está eliminando também todos os seus problemas e dificuldades. No entanto, o processo não é tão simples assim, uma vez que, após a cirurgia o paciente será exatamente a mesma pessoa, apenas com uma pequena mudança física, desse modo, para mudanças mais profundas, é preciso se percorrer todo um processo. Assim, após a intervenção cirúrgica, é preciso que o paciente realize mudanças não apenas em seus hábitos alimentares, mas também sociais e comportamentais. Por este motivo, o acompanhamento psicológico é aconselhável em todas as fases do processo, uma vez que o ato cirúrgico, por si só, não é suficiente para mudar hábitos instalados há anos.
       Vale ressaltar que, para muitos, a disposição genética tem sido apontada como o fator que mais contribui para o ganho excessivo de peso. No entanto, o que se pode  perceber é que o grande vilão da obesidade não são os fatores genéticos, mas sim o estilo de vida do paciente. Desse modo, o momento em que o paciente começou a ganhar peso, a forma como isso aconteceu, e a forma como lida com a sua alimentação, com o seu corpo e sua imagem corporal, bem como as expectativas em relação à realização da cirurgia e as possíveis mudanças que espera alcançar em sua vida no pós-operatório, são de suma importância no tratamento da obesidade. 
     Cabe ressaltar que, a grande maioria dos pacientes procuram o acompanhamento psicológico apenas no período pré-operatório, tendo em vista as exigências médicas para a realização da cirurgia, abandonando posteriormente o tratamento. No entanto, o pós-cirúrgico é um dos momentos mais delicados, pois é a fase em que exige maior adaptação e sacrifícios por parte do paciente, uma vez que, além de ser o período de recuperação da intervenção cirúrgica, e por isso de maior desconforto, é também o período de maior expectativas, ansiedades e inseguranças quanto à "nova" vida. Além disso, é neste momento também que começam as adaptações relacionadas aos novos hábitos alimentares, bem como às mudanças do próprio corpo, que podem fazer emergir questões emocionais.
       Sendo assim, quando o paciente não se encontra em acompanhamento psicoterapêutico, o pós-cirúrgico pode ser bem mais complicado, pois o paciente corre o risco de substituir a compulsão por comida por outra compulsão, tais como, pelo álcool ou por compras. Além disso, existe ainda o risco do paciente entrar em depressão ou cortar suas relações pessoais, justamente pela dificuldade em lidar com sua nova imagem corporal. Isto pode acontecer quando se dão conta de que emagrecer não resolve todos os seus problemas pessoais e, que os novos hábitos de vida exigem  muitos esforços. 
Antes de entrar numa sala de cirurgia e se submeter a uma intervenção tão invasiva quanto a redução de estômago, é preciso então que o paciente esteja ciente das mudanças significativas que irá atravessar. Dessa forma, quando o paciente toma a decisão de se submeter à cirurgia bariátrica, é preciso que esteja consciente de que o sucesso da cirurgia está em suas mãos, de tal modo que ele é responsável por realizar mudanças em seus hábitos alimentares, por praticar atividades físicas, bem como por promover seu próprio bem estar emocional. Do contrário, o paciente pode recuperar o peso perdido e com ele a carga emocional do peso carregado, o que pode levar à diversas cobranças e frustrações. 
       
      Ψ Cirurgia Bariátrica e Psicoterapia: A Psicoterapia é um recurso utilizado para auxiliar o paciente tanto no período pré-operatório, quanto no pós-operatório. Antes da cirurgia, o paciente precisa estar apto emocionalmente para realizar o ato cirúrgico, bem como preparado para enfrentar todas as mudanças que irá atravessar neste processo. Além disso, a psicoterapia auxilia para que o paciente tenha condições de perceber a amplitude do processo no qual irá se submeter, para que assim possa tomar decisões mais conscientes e em acordo com suas necessidades e condições pessoais. É fundamental ainda que o paciente saiba adaptar as fantasias de como será sua vida após a cirurgia com suas reais condições. Já no pós-operatório, a psicoterapia é fundamental para que o paciente possa se adequar às suas novas condições de vida e agir de acordo com elas, promovendo as mudanças desejas.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Para refletir...



Pequena parcela
Autor: Chico Xavier

Que eu continue a acreditar no outro,
Mesmo sabendo de alguns valores esquisitos que permeiam o mundo.
Que eu continue otimista,
Mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre.
Que eu continue com vontade de viver,
Mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida.
Que eu permaneça com vontade de ter grandes amigos,
Mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles vão indo embora de nossas vidas.
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar essa ajuda.
Que eu mantenha meu equilíbrio,
Mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos.
Que eu exteriorize a vontade de amar,
Entendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação. 
Que eu realimente a minha garra,
Mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria.
Que eu atenda sempre mais à minha intuição, 
Que sinaliza o que de mais autêntico eu possuo.
Que eu pratique mais o sentido de justiça,
Mesmo em meio à turbulência dos interesses.
Que eu manifeste amor pela minha família,
Mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia.
Que eu acalente a vontade de ser grande,
Mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena.
E, acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte dessa maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós!
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Diferenças Conjugais


     É sabido que todos os casais têm suas diferenças. Algumas destas diferenças se referem apenas a questões de gênero, isto porque, homens e mulheres têm formas distintas de lidar com as situações. Entretanto, outras questões se referem a questões pessoais, e estas devem ser observadas com mais atenção, pois são elas que ajudam o casal a compreender o que os une e o que pode os separar.
       No entanto, o mais importante não são as diferenças em si, mas a forma como o casal irá lidar com elas. Uma vez que, ao perceber as diferenças existentes entre eles, o casal pode utilizá-las como uma oportunidade de enriquecimento da relação, ao invés de usá-las como competição ou outra forma destrutiva. 
    O que se pode observar é que a forma como cada um irá lidar com as adversidades é uma questão que está enraizada em cada um, e depende, em grande parte, da formação e das informações que tiveram em sua família de origem, bem como o exemplo que tiveram nos pais enquanto casal. Isto é, tudo aquilo que a pessoa aprendeu na convivência com os pais vai interferir na sua relação de casal. Assim, a forma como cada cônjuge vai encarar a relação e enxergar o parceiro vai depender, e muito, da forma como aprendeu na relação com o casal parental, interferindo ainda em definições de como são ou devem ser as relações entre um homem e uma mulher, um parceiro e sua parceira, bem como entre amado e amante.
      Sendo assim, cada pessoa trará para a relação conjugal suas referências e experiências ligadas ao tema casal, bem como suas formas de lidar com situações de adversidade. Vale frisar que a relação conjugal é justamente o lugar onde a pessoa mais aprende a flexibilizar suas raízes e a criar novos modos de interagir com o outro. No entanto, quando o casal não aprende a criar suas próprias formas de se relacionar, e se mantém presos aos modelos parentais, o que se pode observar é que o casamento pode acabar virando um cabo de guerra, onde cada um tente a impor seus referenciais, de tal modo que o descrédito dado aos referenciais do parceiro podem acabar se transformando em frustrações e distanciamento entre o casal. Dessa forma, é preciso que o casal aprenda a imprimir na relação o que é próprio do casal, equilibrando os referenciais de cada um, validando o que de mais sensato existe entre eles e assim, eliminando o que não se encaixa na relação, uma vez que, o que serve para um casal, muitas vezes não tem serventia alguma para outros.

    Ψ Diferenças Conjugais em Psicoterapia: Muitos casais apresentam sérias dificuldades em se adaptar ao parceiro e assim à união conjugal, de tal modo que não conseguem enxergar as necessidades e os referenciais do parceiro. Assim, a psicoterapia de casal pode auxiliar para que o casal aprenda a enxergar o outro e assim entender seu mecanismo de funcionamento, para que assim possam driblar essas diferenças e criar um referencial que seja do casal, e não apenas a junção de dois referenciais destintos, que por vezes podem não se encaixar. na relação conjugal

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Para refletir...



A Melhor Versão de Nós Mesmos
Autora: Martha Medeiros

     Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente há de ambos os tipos. Mas o que será que identifica um amor como saudável e o outro como doentio? 
         Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são. E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece? A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.
       Que reações imprevistas o seu amor desperta em você? Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames. O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Perdoar


        A capacidade de perdoar é uma das características que podem indicar o amadurecimento, além de ser um ingrediente fundamental para se ter um bom relacionamento. No entanto, perdoar não é uma questão simples e muito menos fácil, para conseguir alcançá-lo é necessário acabar com as idealizações que se tem do parceiro e aceitá-lo como é, inclusive com seus defeitos. As idealizações levam as pessoas a esperar que o outro tenha comportamentos que muitas vezes, ou na maioria delas, não tem condições de ter, o que inevitavelmente irá desencadear em decepções, frustrações, mágoas e tristezas, que impendem o treinamento do perdão.
     Sendo assim, treinar a capacidade de perdoar implica em abrir mão das idealizações de se ter um parceiro perfeito e aceitar que o outro irá errar e te decepcionar sim. Isso porque as pessoas são diferentes e têm formas diferentes de encarar a vida, mas isso não quer dizer que a relação não irá sobreviver, ou será sempre uma fonte de mágoas e ressentimentos. Pelo contrário, a relação é o lugar onde as pessoas têm mais condições de amadurecer e crescer, de tal modo que a capacidade de treinar o perdão é justamente uma das características que apontam para isso, que são pessoas maduras se relacionando e aceitando as diferenças inevitáveis que irão aparecer ao longo da relação.
     No entanto, para se perdoar é preciso dar tempo ao tempo. Isto é, dar tempo para a raiva passar, para as feridas se fecharem e para que haja uma adaptação de um parceiro ao outro, e também para se aceitar e aprender a lidar com suas imperfeições. Assim, a relação conjugal é sempre marcada por erros e acertos, e para que o casal possa ir construindo uma realidade comum, é preciso que aprendam a lidar com as intercorrências rotineiras e com as dificuldades características de cada casal, de tal modo que possam se perdoar, driblando suas diferenças e aprendendo a valorizar o que o outro e a relação têm de melhor. Desse modo, a base do perdão é a compreensão, pois quando se compreende que o outro não é perfeito é sim possível se alcançar o perdão. 
     Cabe ressaltar que, pedir perdão a alguém o qual se magoou, vai muito além do pedido de desculpas. Isso porque pedir perdão implica em assumir a responsabilidade pelo erro e pela dor do outro, assim, está pedindo para que o outro perdoe suas falhas. Enquanto que o pedido de desculpas não vem acompanhado pelo reconhecimento de tal responsabilidade, uma vez que, ao pedir desculpas, a pessoa está se isentando de seu erro, pois acredita que não teve a intenção de causar aquela dor.
    Além disso, o que se tem observado é que a pessoa que não consegue pedir perdão tende a se ressentir a cada vez que olha para a pessoa que magoou, pois se depara o tempo todo com a dor que causou e que não foi perdoada. Assim, a própria pessoa não consegue se perdoar pelo seu erro e por sua incapacidade de pedir perdão, o que dificulta ainda mais o treinamento do perdão, fazendo com que ambos os parceiros fiquem ressentidos por um longo período de tempo.
          
   Ψ Perdoar e Psicoterapia: Alguns casais recorrem à psicoterapia quando estão muito ressentidos um com o outro e com sérias dificuldades em se perdoar e aceitar suas diferenças. Nestes casos, a psicoterapia pode ser útil para ajudar o casal a trabalhar suas diferenças e se aceitarem mutuamente, mesmo com todas as suas diferenças e imperfeições, trabalhando inclusive as idealizações que foram depositadas ao longo da relação e foram se tornando fonte de frustrações e decepções.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Para refletir...


Mude
Autor: Edson Marques

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa, mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua, depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observado com atenção aos lugares que você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas, dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde, durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia, numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo médico, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida.
Compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde, ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em vários horários
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos.
Escreva outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invete-as, seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível, sem destino.
Experimente novas coisas.
Troque novamente.
Mude de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores, e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso que importa, o mais importante é a mudança, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!