segunda-feira, 25 de março de 2013

Amor X Paixão

   
    O senso comum define o amor como algo duradouro, que é construído a partir da convivência, da admiração e da superação das dificuldades juntos. Enquanto a paixão seria algo mais efêmero, impetuoso e avassalador.
     A paixão se deriva de um momento de descobertas entre os casais, faz parte do momento inicial em que o casal está se conhecendo. Momento este que é marcado por idealizações de ambas as partes, além de ser o momento em que se tenta mostrar ao outro apenas aquilo que se tem de melhor, de tal modo que o outro só consegue enxergar o que é bom no parceiro. A duração da paixão irá variar então de acordo com cada casal e dos esforços de cada um em se apresentar sempre belo aos olhos do parceiro. Assim, a paixão tende a durar mais naqueles relacionamentos em que os membros do casal se esforçam mais e mais para revelar apenas as características que agradem ao outro. Para tanto, é necessário um esforço para manter os dados da realidade fora do ângulo da relação. 
     Por outro lado, o amor parte de dados reais. Isto é, o amor acontece quando a pessoa toma consciência não só das qualidades do parceiro, mas também de seus defeitos, passando a conviver com eles e a valorizar o que o outro tem de bom. Assim, o amor faz despertar no outro aquilo que ele tem de melhor, é crescer junto, tem haver com respeito, admiração e querer bem.
   Neste sentido, com o tempo e a concretização da união conjugal, a paixão pode se transformar em amor. No entanto, essa transição envolve o desenvolvimento e amadurecimento de muitos aspectos, dentre eles, a forma como o casal irá lidar com a realidade de cada um e da relação, bem como com as frustrações e com os defeitos do parceiro. Para isso, é preciso aprender a valorizar o que o outro e a relação têm de melhor, ao mesmo tempo em que aja um esforço conjunto para neutralizar o que se tem de pior. Entretanto, para alguns casais, a relação pode acabar antes que a paixão se transforme em amor. Isto acontece quando o relacionamento não tem energia e nem força para continuar após o período imperioso da paixão, ou seja, quando não resta ao casal motivações suficientes para investir na continuidade e transformação da relação.
       O que se pode observar então é que, em muitos casos, o amor é justamente a evolução da paixão. Assim, cabe ressaltar que a intensidade da paixão tem a ver com a força e o motivo da atração inicial. Além disso, a possibilidade de se apaixonar depende da disponibilidade da pessoa em correr riscos, em se entregar. De tal modo que a ausência de paixão na vida de uma pessoa pode sinalizar seu nível de controle e seu funcionamento estritamente racional. Enquanto o excesso ou facilidade em se apaixonar pode delatar uma baixa autoestima e uma fantasia de que o afeto e a segurança vêm de alguém. O que faz com que esta pessoa se mantenha sempre disponível para novas paixões, pois acredita que o outro irá lhe completar, de tal modo que alcançará a tão desejada segurança e afeto.

     Ψ Amor X Paixão em Psicoterapia: Alguns casais, por razões diversas, podem se sentir desmotivamos a investir na  relação e na transformação da paixão em amor. Neste sentido, a psicoterapia de casal pode auxiliar para que o casal possa renovar a união e a paixão existente entre eles. Para isso, é importante que aprendam a reconhecer e valorizar o outro naquilo que ele tem de bom, ao mesmo tempo que possam neutralizar suas diferenças. Cabe ressaltar que o exercício do amor é trabalhoso, mas se for enriquecido constantemente pelo casal, pode ser fonte de realizações, bem estar e prazer.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Para refletir...


Revanche
Chico Xavier

Uma mágoa não é motivo para outra mágoa.
Uma lágrima não é motivo para outra lágrima.
Uma dor não é motivo para outra dor.
Só o riso, o amor e o prazer merecem revanche.
O resto, mais que perda de tempo... 
É perda de vida!

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Raiva


    A raiva é uma das emoções básicas do ser humano. No entanto, enraivecer-se e expressar essa raiva com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa e principalmente, pelo motivo certo, não é nada fácil. O que podemos observar é que, para muitas pessoas, expressar sua raiva implica na perda do amor, entretanto, não se dão conta que reprimi-la pode ter o mesmo efeito.
     Com a raiva reprimida, o rancor pelo outro acaba sendo armazenado e nutrido a cada nova desavença, ou seja, a cada crítica, a cada injustiça e cada vez que aquilo que o outro disser causar dor. Dessa forma, os sentimentos negativos que vão se acumulando e que estão diretamente relacionadas ao outro acabam impedindo o relacionamento, fazendo ainda com que a pessoa venha a explodir a qualquer momento, ainda que diante um motivo pouco importante.
    Neste sentido, quando a pessoa acaba expressando sua raiva de maneira inadequada, e diante um estímulo que parece ser pequeno demais, pode acabar criando uma situação de distanciamento, mágoas e incompreensão. O que a coloca num mecanismo repetitivo de dores, contensão e explosão, como novas dores, mais contensão e uma nova explosão! Que por sua vez implicam e mais mágoas e incompreensão, que podem levar ao rompimento da relação.
      Assim sendo, a melhor forma de lidar com a raiva é expressá-la imediatamente, quando ela ainda é bem pequena e pode ser expressada francamente e na medida certa. Dessa forma, abre um espaço para que essa raiva seja cessada naquele momento, uma vez que, o casal tem a oportunidade de conversar sobre o ocorrido, de tal modo que um pode ajudar o outro a ter consciência e controle da expressão da sua emoção. Além de poderem combinar entre si o que fazer quando se sentirem tomados pela raiva, controlando aquela energia negativa de forma a fortalecer a relação, impedindo assim que esta emoção se transforme em rancor e os acompanhe nas demais desavenças.

   Ψ  A Raiva em Psicoterapia: Muitos casais não sabem lidar com a raiva que lhes acomete em algumas desavenças, enquanto uns expressam sua raiva de maneira exagerada, outros omitem essa emoção. No entanto, ambos os mecanismos podem ser destrutivos em uma relação conjugal. Assim, a psicoterapia pode ajudar o casal a reconhecer os malefícios desses comportamentos, bem como auxiliar para que o casal aprenda a reconhecer essa emoção e a lidar com ela de forma condizente com a situação. Ou seja, sabendo expressá-la de forma adequada e no momento certo, para que assim sejam capazes de controlá-la e de seguir em frente sem mágoas e ressentimentos.

sábado, 16 de março de 2013

Para refletir...



O amor
Autora: Cecília Meireles

O amor...
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois.
E nunca desistir da busca de ser feliz.
É para poucos!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Sexo e Relacionamento



    O que tem sido observado é que, quando a vida sexual do casal não vai bem, faltará entre eles uma conexão que os ajude a se manterem juntos no momentos de adversidade. Isto porque as divergências, bem como muitos dos sentimentos não expressos durante o dia, acabam indo para a cama como disfunção sexual. Desse modo, quanto mais dificuldades sexuais um casal tiver, mais dificuldades relacionais, desencontros e desacertos o casal tenderá a apresentar, o que aumentará a mágoa e os sentimentos de solidão e rejeição, que por sua vez, acabam por distanciar os parceiros e aumentar suas dificuldades sexuais. 
   Assim, dificuldades sexuais, muitas vezes revelam dificuldades relacionais escondidas. De tal modo que o casal parece viver em um círculo vicioso que tende cada vez mais a aumentar o distanciamento entre eles.  Isto é, as frustrações muitas vezes acabam virando raiva, que quase sempre significa em ressentimentos com o parceiro, o que não contribui em nada para uma vida sexual saudável, que por sua vez, pode gerar mais frustrações entre os parceiros. Assim, o casal pode acabar entrando num jogo de punições, no qual o sexo, ou a falta dele, acaba virando moeda de troca e, muitas vezes, a impossibilidade do casal em resolver tais questões pode acarretar num divórcio. No entanto, esta realidade pode ser transformada se o casal tomar consciência desse circulo vicioso no qual se encontram, de tal modo que as frustrações podem tomar outras dimensões.
  Sendo assim, quando o casal não aprende a conversar sobre suas mágoas e dificuldades, estas passam a ser expressas como desinteresse sexual e podem levar a falência do relacionamento. Do contrário, quando o casal não leva suas desavenças para a cama, são capazes de desfrutar de um bom entrosamento sexual, uma vez que é também através do sexo os parceiros se revelam um para o outro, de tal modo que o casal se torna mais íntimo e mais a vontade um com o outro.

    Ψ Sexo e Relacionamentos em Psicoterapia: Alguns casais podem recorrer à psicoterapia quando a vida sexual não vai bem. No entanto, poucos têm consciência de que suas dificuldades sexuais nada mais são do que o reflexo de suas desavenças e frustrações relacionais. Assim, a psicoterapia pode ajudar o casal a tomar consciência desse mecanismo e a aprender a lidar com suas dificuldades relacionais de outra forma, que não pelo desinteresse sexual, de modo a preservar a união e  o desejo sexual do casal.

domingo, 10 de março de 2013

Para refletir...


Eu Quero
Autor: Fernando Pessoa

Quero não sentir medo.
Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar.
Quero sair pelo mundo.
Quero fins de semana de praia, aproveitar os amigos e abraçá-los mais.
Quero ver mais filmes, ler mais, Sair mais.
Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto.
Quero morar sozinho.
Quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais.
Quero ser feliz.
Quero sossego.
Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva.
Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais.
Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais.
Quero conhecer mais pessoas.
Quero olhar pra frente.
Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa.
Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão.
Quero ousar mais, experimentar mais.
Quero menos "mas".
Quero não sentir tanta saudade.
Quero mais e tudo mais.
E o resto que venha, se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Relacionamento à Distância


         Hoje em dia é cada vez mais frequente as pessoas se relacionarem à distância. Mas não é nada fácil lidar com a distância e com os possíveis sentimentos de vazio e solidão na ausência do parceiro, além da saudade. No entanto, isto não quer dizer que não seja possível manter um relacionamento sólido e satisfatório, mesmo que os parceiros estejam separados por uma longa distância e, em função disso tenham que passar alguns períodos separados.
    Para muitos, os relacionamentos à distância ainda são sinônimos de dificuldade e desconfiança. E, por este motivo, a insegurança e o ciúme, também se fazem muito frequentes entre os casais que se relacionam à distância, principalmente no início do relacionamento. Isto porque, algumas pessoas tendem a fantasiar o que está acontecendo com o outro e por este motivo tentam controlar os passos do parceiro, mesmo a quilômetros de distância. O resultado dessa insegurança quase sempre significa no aumento da distância entre os parceiros, pois acaba por enfraquecer os laços entre o casal, podendo levar ao rompimento da relação. Por outro lado, quando o casal se compromete verdadeiramente com o relacionamento, o que se pode observar é que, com o passar do tempo e com a solidificação da união, a segurança no parceiro e na relação tendem a surgir naturalmente, apontando para a maturidade da relação e dos parceiros.
       Neste sentido, a confiança deve ser a base de um relacionamento à distância. E, para se ter confiança é necessário que o casal consiga manter uma boa comunicação, que transmita segurança ao parceiro, deixando-o sempre a par de sua vida e projetos. 
       Além disso, é importante que o casal se programe para os momentos que estarão juntos, de tal forma que consigam equilibrar o investimento de ambos na relação. Cabe ressaltar que, quando o casal se encontra é importante que saibam incluir o outro em seu dia-a-dia e em sua rotina, o que pode ajudá-lo a ficar mais próximo da realidade do parceiro e assim a sensação de distância entre o casal pode ser amenizada.
    Sendo assim, para um relacionamento à distância dar certo, é preciso que ambos os parceiros invistam e acreditem na união, mesmo separados geograficamente. Dessa forma, o que vai predizer o sucesso ou o fracasso da relação é justamente o nível de segurança e confiança que o casal irá depositar no relacionamento, bem como o investimento de cada um na relação.    

    Ψ Relacionamento à Distância e Psicoterapia: Casais que se relacionam à distância costumam ter dificuldades em confiar no outro e em se sentir como parte da vida e dos projetos do parceiro. Além de terem dificuldades em lidar com os momentos de solidão e vazio na ausência do parceiro. Assim, a psicoterapia individual tem como função ajudar o cliente a lidar com estes momentos e a propor as mudanças cabíveis a nível individual. Cabe ressaltar que a psicoterapia de casal também pode ser realizada, desde que o casal se comprometa a estar frequente às sessões. Assim a psicoterapia propõe ajudar o casal a trabalhar sua comunicação e o vínculo afetivo entre eles, de tal forma que possam realizar as mudanças pertinentes para a manutenção da relação. De tal modo que o casal possa se sentir seguro na união e no parceiro, aprendendo a lidar com as dificuldades naturais decorrentes da distância física existente entre eles.