quinta-feira, 24 de julho de 2014

Luto Familiar


                O luto é um processo pelo qual em algum momento toda família irá passar, inevitavelmente. A perda por morte de um familiar é sempre um processo doloroso, mas este pode se tornar ainda mais complicado a depender das circunstâncias da morte, idade e relação que o membro que se foi mantinha com os demais familiares. Entretanto, numa família em que o envolvimento emocional é mas expressivo, a morte é sempre sentida como uma perda significativa, independente de quem tenha morrido e das circunstâncias de sua morte. Além disso, quanto mais expressiva fosse aquele que se foi, mais a sua falta será sentida na dinâmica familiar. 
             No entanto, mesmo que o luto seja um luto no plural, ele também será sentido individualmente por cada um do membros familiares. E, a maneira pela qual o luto será sentido individualmente dentro de uma mesma família tem haver, em partes, com a estrutura e o funcionamento da família, bem como a forma pela qual a família irá se portar diante da perda. Assim, é fundamental que os familiares consigam entender que o luto é de todos, e que cada um irá lidar com ele a sua maneira. E, mesmo que tenham perdido a mesma pessoa, cada familiar teve com ela uma relação e uma vivência particular. Isto é, o vazio que a perda daquele que se foi causou nunca será o mesmo entre os familiares.
           O que se pode observar é que em momentos de fragilidade, lidar com as diferenças se faz ainda mais difícil. Neste sentido, quando a perda ocorre em uma família que já era lugar de constante conflitos e tensões, a morte pode servir como um agravante dos problemas. Uma vez que, ao invés de se ajudarem, os familiares se apegam às suas diferenças, principalmente na sua forma de vivenciar o luto, acentuando as discordâncias, as discussões e a segregação, pois se faz muito comum cobrarem entre si que tenham a mesma postura diante da perda. De tal modo que, enquanto uns se mostram muito abalados com a perda e com sérias dificuldades em refazer suas vidas, outros já se mostram mais firmes e conformados com a situação. Dessa forma, é muito comum que aquele que está mais fragilizado não consiga compreender que o outro refaça sua vida, mesmo com a perda ainda muito recente. Por outro lado, aquele que se mostra mais firme, também pode não conseguir entender a dificuldade daquele familiar em dar seguimento com a sua vida. O que pode provocar um abalo na estabilidade familiar, ocasionando em cortes de relações e divórcios. 
    Além disso, o distanciamento entre os membros familiares se faz muito frequente pelo fato de que o afastamento muitas vezes dá a sensação ilusória de ser uma maneira fácil de se evitar situações dolorosas. Assim, a morte e a memória do que se foi se torna um assunto velado na família, de tal forma que os familiares passam a viver quase como se aquele que morreu nunca tivesse existido, o que dificulta a vivência do luto pessoal de cada um dos membros. Neste sentido, estas famílias passam a viver um luto patológico, pois recusam-se a assumir e a sentir a perda do ente querido, que em algum momento irá aparecer. E, neste momento, o distanciamento entre os membros familiares é tão severo que muitas vezes a retomada do vínculo pode se tornar impossível. 
       Por outro lado, tem sido observado também que momentos de extrema dor que são vividos em conjunto tem uma incrível força de união. Dessa forma, a ajuda mútua é capaz de favorecer e possibilitar que a família reaja mesmo diante de um momento tão doloroso quanto a morte de um dos seus membros de forma ágil e afetuosa. Assim, o processo do luto individual será facilitado pela vivência em conjunto, pois cada um dos membros familiares sentirá que não está sozinho na sua dor, de tal modo que os laços de solidariedade permitem que o abalo familiar sofrido pela perda de um de seus entes seja progressivamente reparado. Ao final, o que se pode observar é que estas famílias tendem a se mostrar ainda mais unidas e coesas do que pareciam ser antes da perda. 
      
   Ψ Luto Familiar em Psicoterapia: Quando uma família perde um membro por morte, a psicoterapia de família pode auxiliar na elaboração do luto para que possam prosseguir com suas vidas, mesmo com a dor da perda, sem se esquecer nem hipervalorizar aquele que se foi. Além disso, pode auxiliar para que cada familiar possa compreender e aceitar que cada um terá sua própria forma de lidar com a dor e o vazio deixado por aquele que se foi, tendo a função ainda de ajudar a promover a saúde dos relacionamentos daqueles que continuam vivos. Além disso, a psicoterapia, de forma individual, irá auxiliar para que a pessoa passe por todas as fases do luto, sendo elas: choque, negação, raiva, depressão e aceitação. Na maioria dos casos o processo todo costuma levar cerca de dois anos, mas este pode se estender ou diminuir a depender do histórico de perdas da pessoa, o grau de relação que mantinha com aquele que morreu, bem como as circunstâncias da morte. Sendo que, nas mortes mais traumáticas, a fase de negação pode se estender e a culpa e a revolta podem aparecer ainda com mais intensidade. Logo no início, é comum os familiares se manterem mais reclusos e desinteressados de viver, no entanto, com o passar do tempo começam a surgir as tentativas de retomada do cotidiano anterior à perda, o que muitas vezes não é possível, momento este que se faz primordial a mudança de hábitos. No entanto, quando os sintomas do luto persistem por um período prolongado, o mais provável é que não esteja vivendo as etapas necessárias para alcançar a superação, de forma que se mantém preso ao luto. Cabe ressaltar que em alguns casos, a pessoa não entra em luto, se mantendo indiferente ao ocorrido, tamponando sua dor, mas na verdade está apenas adiando um luto que em algum momento irá aparecer.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Para refletir...



Autor: Papa Francisco

Não chore pelo que você perdeu, lute pelo que você tem.
Não chore pelo que está morto, lute por aquilo que nasceu em você.
Não chore por quem te abandonou, lute por quem está ao seu lado.
Não chore por quem te odeia, lute por quem te quer feliz.
Não chore pelo seu passado, lute pelo seu presente.
Não chore pelo teu sofrimento, lute pela tua felicidade.
Não é fácil ser feliz, temos que abrir mão de várias coisas, fazer escolhas e ter coragem de assumir ônus e bônus.
Com o tempo vamos aprendendo que nada é impossível de solucionar, apenas siga adiante com quem quer e luta para estar com você.
Se engana quem acha que a riqueza e o status atraem a inveja, as pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior...