segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ciúmes


      Ciúmes, qual a verdadeira origem desse sentimento e, o que ele representa em uma relação amorosa?
     O ciúme é percebido como o temor diante uma possibilidade, real ou imaginária, de perda de uma relação importante, depositando em algo, ou alguém, a responsabilidade pela perda. Denota uma falta de confiança tanto em si, quando no parceiro. Neste sentido, o ciúme envolve a pessoa que sente o ciúme, a de quem se sente ciúmes, e aquele(s) que representa(m) o motivo do ciúme, esse terceiro não necessariamente é uma pessoa, o ciúme pode estar relacionado também a uma atividade ou trabalho, quando o parceiro acredita estar sendo colocado de lado em detrimento de atribuições que o outro se disponibiliza a realizar.
    Fazendo um retrospecto, o que se pode perceber é que o ciúme tem sua origem ainda na infância, no apego aos pais e na frustração quando a criança percebe a perda de atenção destes, mesmo que momentaneamente. O ciúme é então um sentimento tipicamente vivenciado por todos nós e, seu progresso ou não, irá depender da forma como estes momentos foram administrados dentro da família.
     Comumente, o ciúme pode ser percebido em interação com a validação que os pais dedicam a seus filhos, o que está intimamente ligado à construção da autoestima dessa criança.  Assim, o que se tem observado é que pessoas com baixa autoestima são mais propensas a sentir ciúmes, pois não se sentem capazes de valorizar a si mesmo, o que, consequentemente, faz com que se sintam incapacitadas de manter a afeição do parceiro, vivendo sempre com medo de ser abandonado ou trocado.
    Dessa forma, é na relação conjugal que o ciúmes se instaura verdadeiramente e mostra suas diferentes facetas. Neste contexto, tem sido observado que o ciúme pode aparecer sob forma de possessividade em relação ao cônjuge, exigindo atitudes do outro que limitem sua liberdade. Além disso, o ciúme pode aparecer como uma paranoia diante uma situação irreal, quando a pessoa se mostra convencida de que está sendo traída, ainda que não existam evidências que confirmem suas desconfianças, o que coloca o ciumento diante uma incessante busca por evidências de traição
   De um modo geral, o que podemos perceber é que justamente o clima desagradável de desconfiança decorrente do ciúme que acaba por afastar os cônjuges, deixando a relação mais vulnerável ao rompimento e às traições. Cabe destacar que o comportamento desconfiado do ciumento mina a relação de tal forma que abre espaço para o rompimento, exatamente o que ele mais temia, o que poderia ter sido evitado se o casal tivesse estabelecido outra dinâmica relacional.

Ψ Psicoterapia e ciúmes: O ciúme, quando se torna motivador de discussões e desavenças entre o casal é sinônimo de uma relação disfuncional, isto é, a dinâmica relacional estabelecida entre os cônjuges está precisando ser revista. Neste sentido, a psicoterapia é indicada para o casal, podendo ser realizada também individualmente, pois a raiz do problema pode estar tanto na interação do casal, quanto no psiquismo de apenas um dos cônjuges, o que não quer dizer que ambos não necessitem de ajuda. Nestes casos, a psicoterapia tem o objetivo de auxiliar no entendimento do ciúme, revendo qual a origem desse sentimento, para que assim  tenham a chance de rever esse mecanismo de funcionamento. Além disso, necessariamente, o processo psicoterápico irá auxiliar a pessoa que sente ciúme, no reforço de sua autoestima e na valorização e revalorização da sua autoimagem.