Faxina na Alma
Autor:
Carlos Favaro Fanta
Estava
precisando fazer uma faxina em mim, jogar alguns pensamentos indesejados fora, lavar alguns
tesouros que andavam meio enferrujados... Tirei do fundo da gaveta lembranças
que não uso e não quero mais.
Joguei
fora alguns sonhos, algumas ilusões...
Papéis
de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei.
Joguei
fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li.
Olhei
para os meus sorrisos futuros, minhas alegrias pretendidas e as coloquei num cantinho,
bem arrumadinhas, com bastante cuidado.
Tirei
tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: paixões
escondidas, desejos reprimidos, palavras que nunca queria ter dito, mágoas, lembranças de um dia triste.
Mas,
lá também haviam coisas boas!
Aquela lua cor de prata, um por do sol, uma música!
Fui me distraindo e encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças.
Aquela lua cor de prata, um por do sol, uma música!
Fui me distraindo e encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças.
Aí, sentei no chão para fazer minhas escolhas.
Joguei
direto no saco de lixo os restos daquilo que pensei ser amor. Peguei palavras cheias de mágoa que estavam na prateleira de cima e também joguei fora, no mesmo instante.
Outras coisas que ainda me ferem, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, talvez as mande para um lixão.
Outras coisas que ainda me ferem, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, talvez as mande para um lixão.
Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo que é
mais importante: o amor, a alegria, os sorrisos e a fé!
Arrumei com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as bem à mostra, para não perdê-las de vista.
Arrumei com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as bem à mostra, para não perdê-las de vista.
Coloquei
nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima, as
da minha juventude e, pendurado bem a minha frente, coloquei a capacidade de amar e de
recomeçar.