quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O Bom Divórcio


      Independente do casal, do motivo e do momento que aconteça, o processo do divórcio nunca é indolor. Mas, pode acontecer sem que se torne uma guerra entre o casal e sem que os filhos sejam usados como bala de fúsil.
       Os primeiros momentos após a separação são os mais dolorosos e difíceis. Pois é o momento de maiores mudanças, de novas regras de relacionamento entre o casal e pessoas próximas, bem como o momento de se traçar novos objetivos e projetos de vida. O divórcio traz a tona muita dor e sentimentos de fracasso em relação ao projeto da relação, no qual se investiu muito. Assim, cada um dos parceiros irá vivenciar momentos de solidão e medo de não ter com quem compartilhar planos futuros.
     Neste sentido, é importante que ambos os membros do ex-casal saibam vivenciar e trabalhar sua dores, para que possam elaborar o luto da perda da relação e seguir adiante. De tal modo que, após o período de crise, poderão reorganizar a relação com o ex-companheiro, sabendo que o papel de pai e mãe continua o mesmo, e é esta relação que deve ser preservada, pois, os filhos precisam e têm direito de ter os dois ao seu lado, cada um no seu devido papel. Ou seja, o que faliu foi a relação homem e mulher e não a relação pai e mãe, que deve permanecer ativa, inclusive como representante do respeito às coisas boas vivenciadas pelo casal. Para se ter um bom divórcio, é necessário então se construir uma nova relação, útil para todos.
     O que se pode observar é que essa clareza após o divórcio contribui para que o sentimento de fracasso pela relação seja amenizado, tornando o processo do divórcio mais tolerável e bem menos doloroso. Além disso, quando o ex-casal consegue estabelecer uma relação de parceria na criação dos filhos, estes são os maiores ganhadores, pois podem desfrutar de um convívio familiar sadio e contar com a presença de ambos os pais.

    Ψ  O Bom Divórcio e Psicoterapia: É comum as famílias recorrerem à psicoterapia em casos de divórcio, seja para que ele se efetive mais rapidamente e de forma menos dolorosa, seja para proteger os filhos do impacto da mudança, ou para preparar a família para a nova estrutura familiar. Independente do motivo inicial, a psicoterapia é válida para ajudar a família a se reestruturar e a trabalhar as fronteiras de contato entre cada um dos membros, principalmente a qualidade da relação entre o ex-casal, agora juntos apenas na função pai e mãe, e entre os filhos e o genitor que deixou o lar. Vale ressaltar que, a psicoterapia individual pode ser de grande auxílio para o ex-casal, que deve agora aprender a reorganizar sua vida e seus projetos individualmente, bem como trabalhar suas frustrações, o que inclui reconhecer seus erros e acertos na união conjugal, para que possa entrar inteiro numa próxima relação.